terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Cela de Aula

Por: Tubarão DuLixo

Na pedra azul...
folhas de papel...
pedaços de grafites...
versos confusos...
mãos tremulas...
sonhos vem e vão...
silêncio por dentro...
falatório lá fora...
vigilância continua...
horário marcado...
poesia se encerra...
sala vazia...
pátio cheio...
ócio impera...
sistema funcionando...
infância parada...
tempo não espera...
liberdade calada...
saudade aperta...
família que chora...
mal que sorri...
a fé por sustento...
amor em esquecimento...
lágrima escorre...
sangue que pinga...
veneno em punga...
punhos cerrados...
pra luta pra briga...
a paz em extinção...
desapego da vida...
casa não é lar...
a diferença é nítida...



Tubarão
www.dulixo13.blogspot.com

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Sarau Suburbano no CATRACA LIVRE

Assista e comente.

MAIS

Por: Alessandro Buzo
www.buzo.com.br

Becos, vielas...
Periferia, favela.
Faço parte dela.
Amo a quebrada.
Sou suburbano convicto
Se duvidar, faz o DNA.
Os bico vão se atacar.
Os verdadeiro vão somar.
A vida vai brindar.
Os objetivos vamos alcançar.
Mais cultura
Mais Sarau
Mais Hip Hop
Mais atitude
Mais respeito
Mais comprometimento.
Mais sentimento.
A periferia ainda precisa de muito MAIS

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

SEJA UM COLUNISTA.

Esse Blog administrado pelo escritor Alessandro Buzo e pela Suburbano Convicto Produções, tem poesias, crônicas e contos de escritores da periferia (ou não).
SEJA UM COLUNISTA.
Só mandar um texto SEMANAL, QUINZENAL ou MENSAL.

suburbanoconvicto@hotmail.com

Aguardamos......
Alessandro Buzo
BLOG "Literatura Periférica"

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

ELA

Por: NEGATJ -TJ
soneguinha@hotmail.com


antes andava ermo
antes andava frio
antes andava febril

antes andava andando
antes andava vagando

agora ando vendo
tentantando sentir o vento
no lamento das lagrimas
que paira no meu profundo vazio

saudades mil

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Sarau do Suburbano traz a periferia para o centro

Publicado em 15 de fevereiro de 2012
Fonte: http://www.spressosp.com.br/2012/02/sarau-do-suburbano-traz-a-periferia-para-o-centro/#comment-772

Fundado por Alessandro Buzo, espaço se torna referência da literatura marginal

Por:
Igor Carvalho


No coração do Bixiga, em meio ao frenesi do carnaval, com a rua pulsando ao ritmo de um bloco carnavalesco, um sarau. Na rua 13 de maio, um homem reúne amigos, curiosos e poetas, tudo em nome de um movimento que cresce vertiginosamente e que torna o personagem do gueto a figura central de sua arte e de sua reflexão, o grande herói de suas histórias. Os saraus da periferia representam mais do que um evento cultural e para compreendê-los o SPressoSP realiza mais uma matéria sobre esses coletivos. Nesta terça-feira (14) estivemos no Suburbano Convicto, a maior livraria de literatura marginal de São Paulo e sede, também, do Sarau do Suburbano, comandado por Alessandro Buzo.

Passava das 20h quando Buzo pediu silêncio para o início do Sarau, na acanhada sala aproximadamente 50 pessoas se espremiam. “Isso não é nada, tem dia que tem gente pela escada e até na rua”, orgulha-se Buzo, o fundador do espaço. Mostrando sua faceta múltipla, o sarau, desta terça, teve o lançamento do cd do grupo de rap CA.GE.BE, que cantou quatro músicas, entremeado pelas poesias declamadas por convidados, escritores anônimos e outros nem tanto.

O pernambucano Marcelino Freire foi uma das presenças conhecidas na livraria de Buzo. Organizador da Balada Literária, festival de literatura realizado anualmente, em São Paulo, Freire é um entusiasta dos saraus. “Eu estou sempre na Cooperifa, no Binho, no Sarau da Brasa, aqui no Suburbano. Essas iniciativas me estimulam muito, são companheiros de guerra, são irmãos da minha mesma teimosia. A Balada Literária nada mais é do que uma teimosia”, comenta o escritor, para, em seguida, tentar explicar por que esses coletivos têm tido tanta adesão nas periferias. “As pessoas colocam uma carga muito pesada na literatura, como se ela fosse uma coisa diferente dessa união que une música, cerveja, gente e esse espírito de guerrilha”, afirma Freire.

Ponto de encontro

Diferente de outros saraus, o Suburbano Convicto está na região central. Mas o sarau funciona como um ponto de articulação de todas as periferias. “Não me afasta de forma alguma [da periferia], a questão da gente estar no centro, é até bom, vem gente da norte, da leste, da sul e da oeste, um coletivo dialoga com o outro”, diz Buzo. A presença de Vagnão, fundador do Sarau da Brasa e de Paulo Rams, idealizador do Perifatividade, confirmam a tese de poeta.

Nesta terça, 25 pessoas se inscreveram para declamar poemas, todas chamadas com profundo entusiasmo por Buzo e Tubarão, seu “parceiro de milianos”. Os temas variavam, as duas únicas mulheres que declamaram na noite quiseram falar de amor, com versos próprios. Os demais sempre esbarravam em questões afirmativas para o homem da periferia e discursos politizados. “Não é que as pessoas na periferia querem ser contestadoras, mas é que o cara toma tanta porrada, aí ele precisa de um espaço para reagir, antigamente reagia na violência, hoje é escrevendo um livro. Quando você aprende a ter voz, você quer usar, aí fala o que tá incomodando e tem tanta coisa incomodando”, explica Buzo.

Em meio a livros, CD’s e DVD’s que contam a história do Hip Hop e da literatura marginal no Brasil, Buzo também declama seus poemas, que assim como tantos na noite, fazem uso de gírias tão presentes nas periferias. “Tem o lance da gíria, que é um dialeto próprio, em momentos, na escrita, não dá pra fugir da gíria, descrevendo uma cena, muitas vezes, eu recorro aos nossos dialetos.”

Produção cultural dos guetos

Segundo Buzo, com o crescimento do movimento de saraus pela periferia paulistana, muitos poetas têm conseguido publicar seus versos. “Importante mesmo é que os livros estão saindo e a qualidade é boa, outra coisa que impressiona é a quantidade, é muito livro. No meio desse universo não tem livro ruim, tem uns melhores, outros nem tanto, mas o importante é que estão escrevendo e se manifestando.”

MC César Sotaque, vocalista do Ca.GE.BE, grupo que lançava seu segundo CD, “O Vilarejo”, ressaltou a importância do espaço e do discurso com características próprias. “É um prazer estar aqui, no meio de tanta gente que tem uma produção intelectual importante para os guetos. É um espaço onde podemos expressar o que sentimos, a gente que mora nas quebradas não tem espaço em galerias, museus e centro culturais, então acabaram criando esses locais de cultura marginal, onde podemos produzir e apresentar nossa arte, sem nos desrespeitar, falando a nossa língua e sobre o nosso povo”, finaliza o rapper, que também é professor de história.

O sempre sorridente e tranquilo Alessandro Buzo encerrou a noite, absolutamente democrática, que começou com rap, passou pela embolada do repentista Rapadura, de Pernambuco, trilhou pela poesia, dando espaço para os jovens da “Casa das Expedições”, que lançaram o livro “Somos todos iguais” e terminou com uma intervenção de Marcelino Freire. Para Buzo, o sarau é irreversível e está apropriado pela periferia. “Antigamente fazia-se sarau e tinha chá, todo um ritual. Os filhos desses caras preferiram ir pra balada ouvir ‘putz putz’ (música eletrônica). Por mais que esse movimento tenha nascido no berço da burguesia, nós tomamos de assalto mesmo e não vamos devolver, hoje tem essa cena aí, linda né cara? De segunda a segunda você pode ir em um sarau em São Paulo.”

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

#SarauSuburbano - ORGULHO.

Fotos: Evandro Borges e Marilda Borges
Texto: Alessandro Buzo


Tubarão apresenta o #SarauSuburbano junto com Alessandro Buzo e Evandro Borges


Ca.GE.BE. lançou CD "O Vilarejo"




Marcelino Freire e Buzo


RAPadura e Buzo

Hoje (14/02/12) aconteceu mais uma edição do #SarauSuburbano a segunda do ANO e a ultima antes do carnaval. Voltamos 28/02.
Se a primeira do ano foi de casa SUPER LOTADA, com 42 poetas, desta vez a casa estava CHEIA e 23 poetas declamaram, muita gente também só pra assistir e MUITA IMPRENSA (TV Cultura, Catraca Livre, Revista Forum), entre outras.
Foi um SARAU que deixa a gente com ORGULHO, explico porque.
Não é todo dia que temos pra abrir o SARAU um talento impar com hoje, que abriu os caminhos foi o RAPadura, cabra arretado. Fez uma enbolada da hora.
TEVE UM SOM, o CA.GE.BE. estava lançando o CD "O Vilarejo" e levou a estrutura (pick ups, caixa de som, etc), mandaram 2 som do CD e o povo do sarau curtiu.
Depois de RAPadura e CAGEBE, chegou com a gente o Vagnão da Brasa e os jovens do ABRIGO "Casa das Expedições" , a partir de uma oficina do Vagnão, os adolescentes escreveram o livro "Somos Todos Iguais ?", eles tem entre 13 e 17 anos e encantaram a todos no sarau, falaram, declamaram..... são só crianças, mas quando você imagina o que passaram pra hoje morar num abrigo e eles ali na nosso cara dizendo... SOMOS TODOS IGUAIS ? No #SarauSuburbano eles são iguais, mas na sociedade infelismente nem sempre é assim. MUITA FORÇA, Saúde e paz pra eles, beijo no coração.
Vagnão fez uma em homenagem a eles, do livro Pelas Periferias ... vol 3.
PODIA ENCERRAR O SARAU que todo mundo ia embora contente, mas tinha muito mais.
Victor Rodrigues (da casa) chegou junto.
Depois Igor Carvalho da Revista Forum falou da edição que saiu ontem #PINHEIRINHO na capa e sobre a matéria que vai fazer nos saraus da quebrada, ontem foi conhecer o nosso.
Ele é único e tem seu público, direto da zona norte...... BREJERO DO CAJADO.
Depois ele que apresenta o #SarauSuburbano comigo..... TUBARÃO.
Da Z/L ... WL, depois Paulo Rans, Renata Prado, eu (Alessandro Buzo) que fiz uma da INGRID do ABRIGO em homenagem a eles todos.
Henrique do Barraco das Idéias, Vagnão, Nego Panta, Cafuris. Só gente bamba.
Evandro Borges fez uma comigo, depois.... Soró.
Mel Duarte sempre romantica e talentosa.
Walner Danziger trajado de VAI VAI nos lembrando que o carnaval chegou, depois Black Nandão e Mano Li do Ideologia Fatal.
Ultimo poeta da noite, pela primeira vez no Sarau Suburbano....... MARCELINO FREIRE.
Pra fechar com chave de ouro e gosto de quero mais..... CA.GE.BE. fez mais um som.
Boa folia pra todos, dia 28/02 a gente ta de volta ao #SarauSuburbano e agora todo mundo já ta ligado.....é toda "TERÇA-FEIRA".
Valeu
Alessandro Buzo
www.sarausuburbano.blogspot.com



CA.GE.BE.


Walner Danziger, Mel Duarte e Buzo


Victor Rodrigues


Igor Carvalho da Forum


Brejero do Cajado


Renata Prado


Buzo e Ingrid


Mel Duarte


Soró


Walner Danziger





Paulo Rans e Ana Fonseca


Buzo e Tubarão..... #SarauSuburbano


Black Nandão e Mano Li do Ideologia Fatal






Buzo fala sobre a guerreira Shirley Casa Verde (ao fundo) pro REIS DA RUA da TV Cultura, ela será uma personagem da segunda temporada.


CAGEBE representou


Marcelino Freire, WL, Cesar Sotaque e Nego Panta.






Marcelino Freire


Cafuris


Na apresentação do #SarauSuburbano .... Tubarão, Evandro Borges e Alessandro Buzo


Jovens do Abrigo Casa das Expedições foi emocionante, lição eles escreverem um livro. Breve vou visitar eles no abrigo, a casa deles.


Rafinha (de Brasília), Buzo (SP) e RAPadura do nordeste.


RAPadura




A RAPA






Evandro Borges e VATO

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Site Oficial e como contratar o escritor "Alessandro Buzo"

www.buzo.com.br






9 livros
6 coletâneas literárias
1 filme (diretor)
3 anos no Manos e Minas da TV Cultura
* Desde set/2011 no SPTV da Globo
* Idealizador e apresentador do "Favela Toma Conta" (evento de hip op no Itaim Paulista) e do #SarauSuburbano do Bixiga



PALESTRAS E DEBATES COM "ALESSANDRO BUZO"

Suburbano Convicto Produções

11 2569-9151
11 8218-7512
suburbanoconvicto@hotmail.com
@Alessandrobuzo

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ninguém é inocente na cidade cinza

Por Andressa Marques
aandressammarques@gmail.com


A arrumação dominical da minha casa teve como fundo musical o álbum do Rodrigo Ogi, As crônicas da cidade cinza, lançado ano passado e que foi das melhores criações que chegou até mim em 2011. Entre colocar a roupa no varal e limpar os móveis, minha cabeça deu um giro por Sampa, suas ruas e as dificuldades impostas pela mesma e que vi sendo impressas por outrxs artistas em suas obras. Imediatamente, meus pensamentos caíram no livro que mais bem quisto por mim nos últimos tempos, Ninguém é inocente em São Paulo, de Ferréz, lançado em 2006.
Ferréz escreve na “Bula” de seu livro Ninguém é inocente em São Paulo: “eternos amigos que continuam a me contar suas histórias, que sempre estão ao meu lado”. No mesmo tom, Rodrigo Ogi, citando Plínio Marcos, finaliza suas Crônicas da Cidade Cinza: “Eu conto histórias. Histórias que eu vi com esses olhos que a terra há de comer um dia, ou histórias que eu ouvi, no buxixo das curriolas”. Narrativas que têm como pano de fundo a SP sem amor para uns e que imprime dilemas cotidianos em seus habitantes. São muitas as personagens criadas pelos dois artistas: o motoboy que precisa ser safo para dar conta de seu trabalho tão arriscado, o tiozinho dono do bar que não agüenta mais os boyzinhos da faculdade falando em revolução, o PM que pode não voltar para sua casa depois de um dia de trabalho, o cachorrinho pensante que muda de um prédio luxuoso para morar na favela junto com seu novo dono escritor, o safo malandro que encara toda a gangue do Zé Medalha sem fugir da briga, o cara que paga um lanche no Habibs para dois meninos moradores de rua que não podiam nem comer e nem brincar no barco viking do estabelecimento, o cidadão que se vê como concorrente de si dentro em uma corrida de ratos cheio de carnês pra pagar e uma família pra sustentar, o grupo de rap que é entrevistado por um jornalista que tem pânico da periferia, o bandido que tem a premonição que naquela noite a missão seria fracassada e desiste da investida, o repositor de estoque do Pão de Açúcar humilhado por seu chefe e muitas, muitas, muitas outras vozes que contemplam o universo paulista periférico e que agora adentram ao mundo literário como protagonistas.
Quando ouvi o disco do Ogi, as imagens velozes por ele ali reunidas me transpuseram prontamente para um cenário cinematográfico. As crônicas rap do Ogi e os contos de Ferréz dialogam visceralmente, cada uma em seu veículo, mas ambas com a tarefa de representar a multiplicidade de vidas engolidas pela imensidão cinzenta, mas que articulam suas possibilidades em meio ao caótico. Alessandro Buzo, em Hip Hop: dentro do movimento (2010), diz que sua produção integra o quinto elemento do hip hop, o conhecimento, este que reúne a produção de livros e filmes. As diversas manifestações desse movimento são cada vez mais simbióticas (por exemplo, a capa da mixtape de Ogi trás uma arte dos irmãos grafiteiros Os Gêmeos) e são essas aproximações que vejo fortemente na literatura escrita e a cantada de Ferréz e Ogi.
O primeiro conto de Ferréz “Fábrica de fazer vilão” nos arranca do comodismo logo de cara, trata-se de um episódio em que a violência policial é levada ao extremo e toda uma família negra é humilhada. O conto narrado em primeira pessoa tem como sujeito de enunciação um rapper acusado de ser vagabundo por parte dos policiais que invadem sua casa, ao que ele que responde: “sou trabalhador”. Essa frase guarda consigo a dignidade de toda uma classe economicamente desfavorecida e atua como mote e ordem do dia das várias personagens das duas obras. Nesse conto de Ferréz, os policiais ameaçam atirar em alguém daquela família, mas não efetivam o assassinato, a diversão deles ali era instaurar o medo. Já a faixa 10 do álbum de Ogi, Noite fria, narra uma cena na qual a personagem, não por acaso, é ouvinte do Sabotage e sai com parceiros na madrugada em busca do “corre” da noite e acaba se deparando com a polícia que o espanca e depois o mata. As repetidas histórias do cotidiano não só de São Paulo, mas de todo um país marcado pelo racismo da polícia que se esconde atrás dos “autos de resistência” são denunciados e problematizados pelos dois artistas.
O meio do caminho do rapaz que é trabalhador, mas se vê engessado pelo desemprego é tema da faixa “A vaga” (a melhor, na minha opinião). A narrativa conta o dia de um jovem que se vê diante de portas constantemente fechadas e que enfrenta a vontade de fazer o jogo virar repentinamente, do jeito que der pra fazer isso ocorrer. A personagem pensa em roubar o iphone da minazinha que moscou, mas sua consciência, com voz de Mano Brown, grita: “a vaga tá lá esperando você”. O alerta, acerca da vaga indesejada, dado no diário do ex-detento Jocenir se contrapõe a tão almejada vaga de emprego que é o anseio presente no conto “No vaga”, de Ferréz. As histórias de dois amigos desempregados e suas esperanças compõem o enredo desse conto. Ambos reclamam da dificuldade de serem fichados em algum emprego, e diante do entrave, aceitar cair conscientemente na lorota das empreitas duvidosas é a saída vislumbrada pelos mesmos. Antes ser contratado investindo seu próprio e pouco dinheiro no negócio, do que não ser contrato de forma alguma. O narrador da música do Ogi encontra sua vaga de limpador de candelabro, os jovens de Ferréz topam vender três planos dentários para, então, serem contratados e assim, forjando resistências, esses jovens arquitetam vagas para as corajosas vidas encaradoras do concreto armado.
A faixa que inicialmente mais me empolgou nas crônicas foi “Os tempos mudam”, parceria do Ogi com a Lurdez da Luz e que enuncia mudanças significativas no cenário social. Os dois cantam no refrão que os tempos já não são mais os mesmos e avisam: “se prepare, pois seu mundo também vai mudar”. Insistir em machismos, preconceitos, misoginias e afins é tolice, os tempos mudarão para todxs e essa já é a realidade de muitas mulheres (esperança e luta diária). No conto “O plano”, Ferréz faz uma breve descrição de uma mulher da periferia dizendo que a mesma está em pé no ônibus lotado, mais de meia noite, com cadernos no braço e conclui que achar como aquela em outro lugar é quase impossível. Somos múltiplas (nozes) em muitos espaços e encontrar representações que fogem do lugar comum para a mulher periférica é só o ouro, não preciso nem dizer isso para não ser repetitiva. Ogi e Ferréz contemplam (ainda que isso precise aumentar quantitativamente) as vozes dissonantes femininas em suas narrativas, seja na representação de uma que atua como chefe de família e tem seu marido em casa cuidando dos afazeres domésticos (o que traz para a pauta do rap a troca dos papéis socialmente construídos para os gêneros), seja na guerreira solitária que enfrenta jornada tripla de trabalho fora, estudo e afazeres domésticos para dar conta de sua sobrevivência nas cidades cinzas.
A narrativa que conta a trajetória de um retirante nordestino comunica diretamente com a vida de tantas famílias, vejo a minha ali também, trata-se da faixa “Eu tive um sonho” na qual Ogi canta ,com sotaque, a saga de um senhor que concretizou sonhos em meio ao cinza. Essa narrativa se entrecruza com a do pai do próprio Ferréz que recebe sua carta no conto “Assunto de Família”: “Sabe, Pai, o senhor deve estar jogando dominó ou baralho em algum barzinho, num canto de algum gueto, é o seu jeito, né não?” (2006: 79). Repentes de vencedores.
São muitas as conversas entre essas obras, aproximações, dialogismos , construções de novos cenários, vozes dissonantes, representações múltiplas de vidas são matérias desses artistas que imprimem em suas criações as angústias e também levezas de uma cidade intrigante. Tudo isso sedimentando, cada um em sua especialidade, uma forma de contar menos excludente e mais rica diante das diversas facetas das muitas verdades e mentiras também. Quem ainda não leu Ferréz ou ouviu Rodrigo Ogi que faça isso, deixo a dica, ninguém é inocente na cidade cinza.



www.blogueiratardia.blogspot.com

Primeiro #SarauSuburbano de 2012 foi de outro mundo

Texto: Alessandro Buzo
Fotos: Evandro Borges e Marilda Borges


Dexter lançou seu DVD no primeiro #SarauSuburbano de 2012


MARGINALIARIA lançou livro "Baseado de Ponta" e doc. (DVD) que vem junto do livro.


Tubarão DuLixo, Evandro Borges e Alessandro Buzo, apresentadores do #SarauSuburbano


Cristina Assunção lançou o doc. JARDIM SAMARA - História e Identidade (16 min.)


Lika Rosa lançou clipe "O PALHAÇO"


Teve performace de "OS Fora da Mídia"

O Primeiro #SarauSuburbano de 2012 foi de outro mundo, é a melhor forma de definir.
Na "Sauna" Suburbano Convicto do Bixiga, ops.... LIVRARIA.
Pra dar axé pro ano que se inicia, a casa esteve LOTADA.
Começou o ano como terminou 2011, com muitos lançamentos.
Dexter, oitavo anjo, esteve presente lançando seu DVD, um dos grandes nomes do RAP NACIONAL.
Outro lançamento foi o livro "Baseado de Ponta" do Coletivo Marginaliaria, que acompanha dvd do coletivo, com música e poesia.
Teve o clipe O PALHAÇO da Lika Rosa.
Teve performance das meninas do "Os Fora da Mídia", formado por Diene e Mariana, a performance chama-se "Cegueira Política Que Cala e Paralisa".
Teve 42 POETAS !!!!
Teve um calor insuportável que obriga a LIVRARIA a comprar rapidamente ventiladores. O SARAU FOI QUENTE, em todos os sentidos.
Os convidados exibiram seus trabalhos e falaram sobre eles, DEXTER, Debora Garcia (pelo Marginaliaria), Cristina Assunção, Lika Rosa e tal....
Ver o DEXTER entre a gente depois de 13 anos exilado, é muito bom, são 9 mesês de liberdade total e 2012 vai ser de muito trampo pro mano como foi 2011. É o RAP.
Enfim chamei o primeiro poeta de 2012 .... TUBARÃO DuLixo.
RUIVO declamou e convocou pro SARAU DA OCUPA que rola hoje (quarta, 08/02) na AV SÃO JOÃO, proximo da Galeria Olido, em frente um prédio ainda ocupado, um segundo foi desocupado e famílias ainda estão na calçada.
Já tinha um tempo que rolava a performance CEGUEIRA POLITICA..... e as meninas Diene e Mariana falaram do trabalho delas. A performance teve monte de DINHEIRO falso sendo jogado, mastigado, engolido, o chão cheio de dinheiro, muitos rasgados, acabou causando, o Evandro, unica criança presente, pegou todos que sobraram inteiros.
IMAGINA UM PAI ORGULHOSO, além de declamar, ontem o Evandro Borges (meu filho, 11 anos) saiu da escola (debaixo de muita chuva) foi pro ponto (Casa Verde) e pegou o BUZÃO sozinho e foi pro Bixiga, buscamos ele no ponto proximo da LIVRARIA. Esse moleque é zica, agora fotografo do sarau e apresentador comigo e o Tubarão DuLixo.
Andrio chegou e convocou o MARGINALIARIA, muito loko.
Nego Panta do Jd Pantanal veio na rima.
Depois a guerreira ELIZANDRA SOUZA, MJIBA.
Mantendo o compromisso, Dona DÉBORA do MÃES DE MAIO, discurso de guerrilha.
Depois Bruno Veloso do Periferia Invisível.
Foi então que chegou, direto do MOINHO, os mano do DUCorre.
INACREDITÁVEL tudo que já tinha acontecido até aqui, mas não tinha sido chamado nem metade dos 42 poetas. Seguimos pedindo pra não fazer falas longas antes da poesia.
Seguimos....
Tubarão me chamou..... mandei um curtinha do poeta Fuzzil, pra dar o exemplo.
Heliopolis na cena com Ivonverine.
Demos a chance do Tubarão chamar o FÁBIO BOCA, que foi a maior gafe de 2011, quando o Tubarão fez discurso pra chamar ele, mas chamou por outro nome. Gafe desfeita.
Chameo o Cacau Ras do Itaim Pta, mas ele já tinha ido.
Venho então o TONI C. Depois Marcel.
Pirituba com Junior do Alerta ao Sistema.
Mesquiteiros na area com Rodrigo Ciriaco, que estava na Alemanha e não no Canadá.
Gregory do Total Drama de Campinas chegou e quebrou tudo, antes disse estar emocionado, disse não saber o que iria encontrar ali (ele foi com o Dexter), mas estava gostando muito.
Evandro chamou VINÃO ALÔ BRASIL.
Depois o Germano Gonçalves que é santista e trouxe além da poesia, uma caixa de cerveja que perdeu pra mim numa aposta no classico do domingo.
TITO GLASSER que trouxe a esposa, chamou na poesia.
Chamei o amigo e guerreiro James Lino.
Depois a ZICA da JANAINA, Suburbano Convicto e Marginaliaria.
Seguida da Mel Duarte, que é linda declamando, outra que faz parte da nossa família.
História do RAP NACIONAL, a dama Sherilayne.
Da Z/L o mano WL e depois do Embu das Artes, ZINHO TRINDADE.
Ai então.... A NOVA GAFE. Tubarão anuncia uma mina, deseja que seja bem vinda... APESAR DE EU NÃO CONHECER ELA. E a mina era velha conhecida dele. Justificou: - Não sabia que ela estava usando esse nome artistico. TATI MÍDIA.
Coisas do Tubarão.....
Chamamos a TANIA, depois o Henrique do Barraco das Idéias/Marginaliaria.
Mais um guerreiro VANDER CHE, seguido do PANIKINHO.
Fundão do Ipiranga, PAULO RANS.
Depois quebrando tudo Victor Rodrigues. E o ultimo poeta... EMERSON ALCALDE.
Lika Rosa (VOZ e VIOLÃO) fez um som ....diferente. Soltou os bichos.
E pra encerrar essa noite INESQUECÍVEL, o guerreiro DEXTER, meu amigo, são paulino sangue bom. Dexter falou e rimou a capela, assinou muito DVD e fotos, ficou ATÉ DEPOIS DO FINAL, era mais de meia noite tinha o ultimo bonde na calçada da sauna, opa, Livraria Suburbano.
2012 promete, o #SarauSuburbano agora é toda "Terça-Feira".
VAMO Q VAMO, lembrando que não é BALADA, é QUILOMBO no baguio.
Feliz 2012
Alessandro Buzo
SARAUSUBURBANO

www.sarausuburbano.blogspot.com





Buzo, Dexter e Tubarão


Ruivo do Sarau da Ocupa


Tubarão DuLixo


D.Debora, Mães de Maio


Ivonverine


Fabio Boca


Bruno Veloso


Toni C


Junior, Alerta ao Sistema


Rodrigo Ciriaco




Gregory


Vinão


Tito Glasser


Germano Gonçalves


James Lino, P3

www.sarausuburbano.blogspot.com


Zinho Trindade e Dexter




Mel Duarte


Dexter, Nego Panta e Buzo


WL do Pantanal


Zinho Trindade


Tati Mídia


Tubarão e a nova GAFE 2.012


Henrique


Vander CHE


Panikinho


Paulo Rans, camiseta do E.C. Favela do Parque Bristol


Victor Rodrigues fez homenagem ao RAPADURA


OS FORA DA MÍDIA


Emerson Alcalde




Evandro Borges, terceiro apresentador do #SarauSuburbano







DVD "DEXTER"


Cafuris, Ivonverine, Gregory e Buzo




Dexter foi um dos convidados do Primeiro Sarau Suburbano de 2012


Sherilayne e Janaina




CASA CHEIA


Livro BASEADO DE PONTA do MARGINALIARIA


Mano que venho de São Jose do Rio Preto, colou mais cedo, comprou uns livros e voltou pro sarau, depois de se hospedar num hotel proximo.


A ultima foto....